segunda-feira, 31 de março de 2008

Black Snake Moan




















R. L. Burnside nasceu no Mississipi no ano de 1926. Um verdadeiro Bluesman. Sua música tem uma sonoridade incrível. Eu acabei por conhecê-lo meio que sem querer quando resolvi comprar um disco apenas por achar a capa interessante. Resolvi arriscar, não sabia o seu conteudo e acabei por gostar demais do que eu ouvi. Ele me conquistou logo de cara. O saudoso velhinho que se foi no dia 01 de Setembro de 2005 fazia um som muito dançante e repleto de slide. O que mais me chama a atenção no som dele é que suas músicas soam completamente diferente do tradicional. É um daqueles músicos que a gente identifica quando escuta. Gosto muito do som de Burnside.

Esta semana assisti ao filme “Black Snake Moan”. Recomendação, diga-se de passagem, do grande amigo Társio. E por uma incrível coincidência, o filme esta repleto do Blues de R. L. Burnside. Afinal de contas é um filme dedicado ao R.L. Burnside. Mas o filme não conta a história de R.L. Burnside. Apesar do diretor ter se espelhado muito em R.L. Burnside, o filme acaba apenas por fazer reverência ao grande Bluesman. Outra amostra é o nome do pastor do Filme que é chamdado de R.L.

Não vou contar a história do filme por motivos óbvios, mas recomendo que vocês o assistam por se tratar de um filme de Blues com uma história interessante e uma trilha sonora muito legal.

Alguns momentos musicais do filme são realmente de arrepiar. Um dos grandes personagens do filme é protagonizado pelo excelente ator Samuel L. Jackson e num destes momentos mágicos, ele resolve fazer um som num buteco. O cara saca do case uma linda ES-335 Cherry e na Seqüência a gente vê e escuta o cara tocando Alice Mae”, acompanhado de um guitarrista Slide e um baterista. Esta música na realidade foi composta por Burnside e Kenny Brown. Qual não foi a minha surpresa quando vi que o próprio Kenny Brown atua e toca na cena ??? Pra quem não sabe, Kenny Brown acompanhou R L. Burnside durante 26 anos e era considerado como o filho adotivo de R. L. Burnside. Nesta mesma cena, o baterista é Cedric Burnside que é neto de R.L. Burnside.

A trilha sonora do filme é muito boa e conta com a música "Mean Ol' Wind Died Down" escrita por Luther Dickinson e interpretada pelo super grupo North Mississippi Allstar.

Além de Luther Dickinson a banda North Mississippi Allstar, conta com Duwayne Burnside na outra guitarra. Duwayne é ninguém menos do que o filho legítimo de R.L. Burnside.


Enfim, fiquei surpreso com estes detalhes do filme. Mas eu não conto, afinal sou muito fã de R.L. Burnside.

Burnside deve ser o Bluesman, mais tosco que já ouvi !!! Muito bom

Site do filme : http://www.moanmovie.com/


Trailer




sábado, 15 de março de 2008

O espelho da Juventude















(Fotografia recebendo o trofeu de campeões do festival Cultura Inglesa em 1992).


O tempo passa. Passa tão rápido, que acaba por deixar buracos na memória da gente. E apesar da velocidade com que a idade avança quantas coisas a gente pode fazer na vida. E apesar dos buracos na memória os bons momentos sempre regressam , de uma forma ou de outra, a frente dos nossos olhos !!!

Eu sou um saudosista por natureza ! Talvez seja até um caso para psicanálise. O Fato é que eu não consigo me desprender da minha adolescência. Porque apesar de hoje eu ter tudo o que eu tenho, foi num passado não tão distante que eu me encontrei com a juventude. Isso não quer dizer que eu não goste da minha vida atual, muito pelo contrário, eu tenho grandes paixões na minha vida. Porém, foi no passado que eu encontrei meus primeiros amigos, minhas primeiras confusões, meus primeiros amores e minhas primeiras diversões. Com certeza por lá deixei algo muito mal resolvido. Porque chego a me emocionar quando penso naquela época. Ou será que isso se passa com todos nós ??

Na verdade o detalhe não esta preso na época em que vivi. O detalhe esta preso no espelho, afinal quando a gente olhava no espelho naquela época, tínhamos por volta dos 15 ou16 anos de idade. Então para cada um de nós essa sensação deve ser parecida. Sentimos saudade da juventude e dos bons momentos vividos nela. Aí cada um de nós praticou o seu mundo mágico conforme a época e o gosto.

Naquela época eu escutava muito Rock and Roll. E escutava muito Rock nacional também. Escutava Golpe de Estado, Paralamas do Sucesso, outras coisas mais pesadas e também escutava Barão Vermelho. Esta última banda tem um espaço especial em meu coração. Adoro o som do Barão Vermelho. Quantos shows do Barão eu assisti ali no largo de Pinheiros numa casa, saudosa casa, chamada Dama Xoc. Pra mim o Barão era quem fazia o Rock anda Roll nacional de primeira. Hoje em dia algumas pessoas podem não concorda com isso, afinal NX0 é o que há, não é mesmo ?

Depois de mais de 20 anos, recebi o convite de velhos e bons amigos daquela época para ingressar numa banda cover de Rock Nacional. E eis que eu lá estou. Há 20 anos atrás tocando algumas coisas que adorava naquela época, tomando muita cerveja ao lado de bons amigos que já estiveram de frente ao mesmo espelho que eu.

Se você ainda não passou por uma experiência como esta, deve ser porque o seu espelho ainda reflete sua juventude. Aproveite sua vida e espere porque um dia isso tudo pode fazer parte dos seus sentimentos também. Talvez daqui 20 anos eu escreva outro texto saudosista sobre os meus 37 anos.

terça-feira, 11 de março de 2008

Um Heroí que se vai


Domingo dia 02 de Março de 2008, partiu deste planeta um dos músicos mais impressionantes que conheci. Jeffy Healey lutou contra uma espécie rara de câncer, mas infelizmente não resistiu e se foi aos 41 anos de idade.

Eu comecei a escutar suas músicas quando tinha por volta dos meus 16 ou 17 anos. A participação do branquelo no filme “Matador de Aluguel” foi a porta de entrada dessa belíssima aquisição sonora. Até hoje fico impressionado com a técnica que ele desenvolveu para tocar guitarra. Apesar de tanta dificuldade, Jeff Healey nunca foi um guitarrista de ocasião. Muito pelo contrário, ele sempre foi um mestre. Um mestre que acabou por reinventar a guitarra ao criar sua propria identidade no instrumento. A versão de “My Guitar Gentle Weeps” que ele gravou é realmente muito boa e talvez seja a música mais conhecida dele, mesmo tradando-se de uma regravação. É claro que esta éra uma das músicas prediletas da minha banda na época e eu a tocava sem ter muita noção da importância dela.

Sendo ele uma memória muito forte na minha adolescência musical, venho através deste texto prestar minha homenagem a este grande guitarrista. Um verdadeiro Guitar Hero!! Um garoto que teve que encarar uma doença maldita desde muito cedo. Que suportou o horror da doença e se transformou em guitarrista. E que guitarrista !!!

Não é preciso enxergar as cores do mundo para exprimir a emoção de estar vivo. Você vai deixar saudades meu querido Jeffy Healey !!!!!